sábado, 25 de dezembro de 2010

Saudade

Cara Imperatriz,

A vida é estranha e tem muito pouco de constante. Por muito que queiramos pasteurizar a realidade, normalizá-la, raramente ela corresponde a essas nossas tentativas pífias de controlo. Ela, a vida, tem esse dom de nos desmentir constantemente e de nos apresentar uma realidade diametralmente diversa daquilo que esperávamos, planeávamos. Fazer planos é talvez o exercício mais inútil da espécie humana. É como usar uma bola de cristal para prever a evolução da bolsa. Recorremos a tudo e mais alguma coisa para apoiar as nossas previsões e intenções, mas numa curva qualquer, quando menos se espera estamos virados de pernas para o ar a tentar apanhar os cacos de uma vida de intenções que não passou disso mesmo, vãs intenções.
Ainda assim tento não perder o controlo e não valorizar o que me vai na alma. Hoje não estive ao teu lado para dar-mos as bolachas e o leite frio ao Pai Natal. Não estive ao teu lado para te ajudar a descarregar os sacos de prendas. Não te dei o meu colo para rasgares o papel colorido e te fascinares com os laços de todas as cores. Não estive lá em corpo, mas espero que tenhas sentido o meu amor, o meu carinho. Espero que tenhas sentido o meu abraço protector, ainda que à distância. Um dia quando a poeira assentar e a próxima da curva da vida ainda estiver longe, espero que entendas a decisão do pai. O amor é mesmo assim, é algo de nunca podemos desistir e desistir do amor é como desistir de viver. E se há amor de nunca hei-de desistir será do teu. Espero sinceramente que nunca desistas do meu. Posso não estar sempre em linha de vista, mas se há promessa que o pai nunca há-de quebrar é que estarei sempre presente. Independentemente do que aconteça daqui para a frente, serás sempre o meu motivo de maior orgulho, serás sempre a minha primeira obra de arte. Serei o teu maior fã, mas também o teu maior crítico, serei o primeiro a incentivar-te nas tuas grandes aventuras, serei sempre o teu mais seguro porto de abrigo nos dias de maior tempestade. Serei sempre teu pai, com todo o repositório de qualidades e defeitos que comigo carrego. És o meu orgulho, o porquê de nunca desistir de lutar contra tudo e contra todos. Serás sempre parte de mim. Parto, mas fico por perto, sempre por perto. Amo-te mais do que a própria vida.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Outra vez nos eixos...

Falso alarme. O ritual do sono da Pequena Imperatriz voltou à normalidade. Foi birra de um dia só. Uuuufffffffaaaaa!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cruel Summer...

As férias já eram...Houve dores de dentes nos primeiros dias, com recusa de comida nas porções habituais e uma pontinha quase insignificante de febre (parece que é desta que os caninos vão furar). Houve mergulhos, banhocas das boas, castelos de princesa e pocinhas num Algarve em versão tropical (calor de ananáses e água tipo sopa)...Houve também o inevitável regresso a casa e o inicio de uma greve ao sono. Depois de 19 meses de soninho abençoado, a Pequena Imperatriz resolveu declarar guerra à hora da sesta da tarde e desde ontem à hora de ir dormir. Choradeira, greve à chupeta e todo o tipo de manobras dilatórias para não ir para a caminha à hora do costume. Confesso que começo a sentir um friozinho na barriga, uma espécie de pânico contido sentindo a ameaça de que o meu último reduto de descanso, paz e sossego poderá estar ameaçado. SOCOOOOOOORRRRRRRRROOOOO!!!!!!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Basta de melgas e mosquitos...agora há...

Deviam ter dentes...só podia. Os ultimos dias de canícula foram particularmente agressivos para a Pequena Imperatriz. 2 F-16 entraram no quarto da PI durante a noite e fizeram estragos. De manhã a miséria estava à vista. Claro que a vingança foi terrivel. De toalha um punho, aos saltos em cima da cama lá consegui esborrachar os dois caças bombardeiros, também conhecidos por melgas. Mas o estrago já estava feito. Felizmente existe o fenistil rol-on e tudo já voltou ao normal.
À boa maneira portuguesa, casa roubada...trancas à porta e a Pequena Imperatriz ganhou um maravilhoso dossel. Não se perdeu tudo...

terça-feira, 15 de junho de 2010

O meu dicionário...(update)

Ao telefone: Tááááá
Dormir: óóó
Olá: Olááá
Banana: Nanana
Pêra: Pêêêê
Maçã: Hãhã
Kiwi: Ki!...Vi!...
Inês: Inêêêêês
Rodrigo: Gi
Fralda: Flaulda
Pão: cóóóó
Leitinho: titinho
caracol: caacó!
Não: não
Mar: Ma....
água: baubua
Ana: Ana
Cátia (a amiga da mamã): Cátii
Batata: Tata
Já está!: Já tá
Coco: Coco
Pai: Taiiiiii (é mesmo assim)
Mãe: Mamã
Carro: Pópó
O gato faz: Miauuuuu
O patinho faz: Quá, Quá
O cão faz: ão, ão
O cuco faz: cucu
o perú faz: gluglugluglu
o macaco faz: uhuhuh
Xauxau: Uauau
Avó: vóvó
Avô: vôvô

segunda-feira, 24 de maio de 2010

I´m too sexy for my sunglasses...


Finalmente chegaram os dias quentes. Anuncia-se o verão e a Pequena Imperatriz está em grande forma e devidamente equipada para enfrentar os raios UV em grande estilo como não poderia deixar de ser. É incrível como uma catraia de 17 meses já demonstra laivos de vaidade. É só olhar para a cara dela cada vez que veste uma roupa nova, agora devidamente acessorizada com uns óculos escuros que exibe sempre com incontido orgulho. Só visto!
De resto a PI continua a progredir como seria de esperar. Mais palavras, mais conversa, mais curiosidade, mais apetite, mais rápidez nas caminhadas e...claro, mais quedas. Até agora o saldo é mais ou menos pacifico tendo em conta o que seria de esperar: um galo no meio da testa (que já passou à história) e um lábio inchado (que também passou logo à história). Vamos ver se isto fica por aqui que o coração do pai é fraco e já não aguenta muitos sobressaltos.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Prá estatística - Parte II

Ida ao médico confirmada. Receita passada para o primeiro antibiótico da história da Pequena Imperatriz. Porquê? Porque os ouvidos estão mais vermelhos do que nunca. Azitromicina vê lá se fazes a tua magia porque a coisa não está fácil para a PI. Tosse e mais tosse. Ranhoca e mais ranhoca e muitas dores. Uff...dureza!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Prá estatística.


Mais do mesmo. Febre a rondar os 38 e poucos, nariz a pingar, uma tosse de cão que vai até às lágrimas e muita rabugice. A Pequena Imperatriz está novamente doente. O que é que será desta? Complicações Intestinais? Dentes? (os médicos dizem que não há relação entre febres e nascimentos de dentes. O saber popular de milénios diz o contrário, mas pronto. Who knows...)
Mais uma visita ao médico em perspectiva. Tenho quase a certeza que não é nada de especial. Apenas e só fruta da época...dos 16 meses. Bom, vamos lá ver se isto melhora depressa, que eu gosto cá pouco de te ver assim de braços caídos. Apesar da trabalheira, das dores de cabeça e da preocupação prefiro sempre o furacão Pequena Imperatriz com os ventos em máxima força.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mundo de Aventuras

Ando-me a baldar...pois ando. E há novidades? Há sim senhor! Há sempre que contar ou não estivesse a Pequena Imperatriz a crescer a olhos vistos. E como seria de esperar está cada vez mais "serigaita". Não é novidade nenhuma que a PI sempre foi muito dona do seu nariz, mas com o passar do tempo e o ganhar de confiança, certas e determinadas características vão-se acentuando. Destaca-se uma teimosia capaz de por vezes, irritar o mais beato dos santos. E se a isto juntarmos a entrada naquela fase das birrinhas... zen...muuuuiiiiittttooo zen.
De resto tudo corre sobre rodas. As habilidades vão-se multiplicando, embora o vocabulário não se tenha diversificado por aí além.
A semana passada demos mais um forte passo rumo à "normalidade". Pela primeira vez em 15 meses estive mais de 8 horas afastado da PI. Umas merecidas mini-férias embora sempre com o credo na boca. Foi montada uma operação logistica sem precedentes envolvendo os 4!! avós. Uns para levar e trazer, outros para dar banho e vestir e outros ainda para tomar conta e dormir. Tudo isto entremeado com a habitual diária na creche. Aparentemente correu tudo mais ou menos bem e no reencontro não houve foguetório. Business as usual. Mas olha que o pai teve muitas saudades tuas...Que é que se há-de fazer. Estás-me no sangue rapariga!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

One small step for a baby, one giant leap...


Em pouco mais de um mês evoluiste aquilo que demorou ao australopitecus milhares e milhares de anos e sabe-se lá quantas gerações. Há coisas do arco da velha não há?!?!
Já sinto firmeza nos teus passos. Quase sempre em corrida e com os braços no ar, como se estivesses a dançar o vira minhoto. Daí as quedas constantes...Mas o importante é levantar logo de seguida. Nunca te esqueças disto. Prevejo grandes caminhadas Pequena Imperatriz. Damos a volta ao mundo?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O meu dicionário...

Ao telefone: Tááááá
Olá: Olááá
Banana: Nanana
Batata: Tata
Já está!: Já tá
Coco: Coco
Pai: Taiiiiii (é mesmo assim)
Mãe: Mamã
Carro: Pópó
O gato faz: Miauuuuu
O patinho faz: Quá, Quá
O cão faz: ão, ão
O cuco faz: cucu
Avó: vóvó
Avô: vôvô

Huston...We´ve got a problem...

Lá está...Nem tudo pode ser um mar de rosas. Depois de passada a provação da vacina da gripe A com distinção (nem um ai foi libertado...quais injecções qual carapuça, eu não tenho medo de nada!!!) vem aí um novo desafio. Mas este é um pouco mais a sério. A avó Bela é que deu pelo dedo...em gatilho. É só um polegar que não estica, o esquerdo. Parece não ser nada de muito importante, mas diz-se que pode afectar a noção do equilibrio e retardar até o inicio da marcha. Não sei. Estou a acreditar com todas as forças que não é nada de especial. Amanhã o médico dirá de sua justiça. Pequena Imperatriz, não tenhas medo que o papá vai estar sempre ao teu lado. Sempre, mas sempre...mas sempre...