sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O peso...

Eu sei que não parece, mas o nosso sistema nacional de saúde até está razoávelmente organizado e tem alguma qualidade. Claro que quando comparado com os sistemas de países como a Noruega ou a Dinamarca, ou a Suécia, ou a Suiça, nós achamos que ele, o sistema, é o pior do mundo! Por isso para ficarmos mais felizes e contentes acho que devemos tomar como termo de comparação os sistemas de saúde de países como o Uganda, o Zimbabwe, a Somália ou até mesmo do Vanuato. Que foi o que eu fiz para produzir as afirmações iniciais deste "post".
Feitas estas considerações prévias e depois de sair porta fora da maternidade, a Pequena Imperatriz será acompanhada no centro de saúde mais próximo da sua/minha área de residência. Apesar de estar exiliado na margem sul, a minha área de residência continuará a ser sempre a mesma. Como o Sócrates: vive em Lisboa mas vota sempre na Covilhã. Eu e ele, o Sócrates, somos parecidos em algumas coisas, como por exemplo no facto de nenhum de nós ser Engenheiro, apesar de nos tomarem muitas vezes como tal. Mas isto é só um "aparte". Moving on...
Os centros de saúde são sitios um tanto ou quanto estranhos. São normalmente habitados por pessoas em idades entre o estado fóssil e o carvão vegetal que, tal como acontece nos autocarros, tomam conta de todas as cadeiras disponíveis onde vão dormitando à espera de serem chamados para medir a tensão arterial ou para mostrar as fotografias dos netos a caír de bêbados na queima das fitas ao "Sôr Dotôr".
Semanalmente, a Pequena Imperatriz e por arrasto eu, é "obrigada" a enfrentar este cenário para que possa desfrutar da atenção da Sra. Enfermeira e assim poder ser pesada, medida, auscultada, vacinada e o que mais as companhias farmacêuticas inventaram para sacar mais uns milhões à malta.
Recordo com saudade a primeira ida ao "peso" (parece conversa de restaurante de rodizio à Brasileira, mas é mesmo assim que lhe chamam), em que depois do pesadelo burocrático que foi colocar pai, mãe e a Pequena Imperatriz na ficha do mesmo médico de família, lá conseguimos transpor aquelas portas mágicas e chegar à sala de saúde infantil. Achei que naquele centro de saúde a expressão sala de saúde infantil foi levada demasiado a sério, já que fomos atendidos por uma enfermeira que media para aí 1,20m e estava de botas de cano alto!!!
Mais uma vez o pai foi colocado a um cantinho da sala, para não estorvar, e a Pequena Imperatriz lá deu o seu "show". Ironias à parte, fiquei mesmo chateado por mais uma vez, me terem feito fazer figura de biombo. Se bem que a certa altura a mini-enfermeira lá se terá lembrado de uma qualquer aula de biologia e percebido que...o pai também contribui para esta "cena" da concepção...E lá resolveu dirigir a palavra ao biombo, digo o pai e num esforço louvável de envolvimento arranjou-me uma tarefa: marcar o tempo da amamentação da Pequena Imperatriz. Fiquei em pulgas com a perspectiva de ter essa enorme responsabílidade de estar a olhar para o relógio durante 20 minutos!! Mas que raio de complô é este?
Oh homens de Portugal, seremos assim tão inúteis e desajeitados no que à paternidade diz respeito para sermos tratados como débeis mentais pelo nosso serviço nacional de saúde??
Fica a questão, julgo eu pertinente. Já agora Pequena Imperatriz, gostava de ouvir a tua opinião sobre isto. Mas por favor muda a tua linha de argumentação. Aquela cena do buáááááááá, buáááááá, buáááááá, está-se a tornar um bocadinho repetitiva.

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